Advogado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, Luiz Mauricio Carvalho e Silva foi exonerado em 7 de junho do cargo que ocupava desde 2019, primeiro ano da gestão Jair Bolsonaro, na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Carvalho e Silva defende Lira em uma ação no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), em que o presidente da Câmara acusa um produtor de Quipapá (PE) de ocupar ilegalmente suas terras.
No período em que esteve na Codevasf, Carvalho e Silva viajou com frequência para Maceió e recebeu R$ 65 mil em diárias da companhia. Fontes relatam que o advogado pediu para sair e que continua trabalhando com Lira.
O endereço profissional de Carvalho e Silva na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é uma imobiliária em Maceió (AL), a Elo Investimentos.
O dono deste estabelecimento, Carlos Kalerges Lúcio Guerra, tem uma ligação antiga com Lira. Ele foi apontado pela Operação Taturana da Polícia Federal (PF), de 2007, que investigou Lira, como intermediário de venda de imóveis para políticos de Alagoas suspeitos de terem cometido desvios.
Kalerges não chegou a ser denunciado como participante do esquema, que desfalcou a Assembleia Legislativa de Alagoas em mais de R$ 700 milhões quando Lira era deputado estadual. Em depoimento à PF na época, Kalerges disse que “participou de transações comerciais de imóveis” de Arthur Lira.
O presidente da Câmara dos Deputados foi procurado, mas não quis comentar. Kalerges e Luiz Maurício Carvalho e Silva também não responderam ao contato da coluna.
