Com Bruna Lima, Edoardo Ghirotto, Eduardo Barretto e João Pedroso de Campos

Advogado citado pela PF como alvo de Ramagem desconfiava de espionagem

Citado pela PF como alvo de monitoramento ilegal, Roberto Bertholdo diz que soube de "movimentos estranhos" em frente à sua casa

atualizado 25/01/2024 18:41

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Advogado Roberto Bertholdo Reprodução

O advogado Roberto Bertholdo, apontado pela Polícia Federal (PF) como alvo de monitoramento ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na gestão de Alexandre Ramagem, afirmou nesta quinta-feira (25/1) que se sentiu vigiado e soube de “movimentos estranhos” em frente à sua casa e ao seu escritório, em Brasília, durante o governo Bolsonaro. Mais cedo, Ramagem foi alvo de uma operação da PF que apura supostos monitoramentos ilegais de pessoas consideradas adversárias por Jair Bolsonaro e aliados.

Segundo a Polícia Federal, a ferramenta FirstMile foi usada pela Abin para monitorar ilegalmente o advogado Roberto Bertholdo, pela proximidade de Bertholdo com o então presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e a então deputada federal Joice Hasselmann. Isso aconteceu entre 2019 e 2020. A conclusão foi mencionada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, na decisão que autorizou a operação.

Questionado pela coluna sobre o suposto monitoramento de que foi alvo, Bertholdo afirmou:

“Não me surpreende. No governo Bolsonaro, havia movimentos estranhos em frente à minha casa e ao meu escritório em Brasília. Meus funcionários me avisavam de carros que ficavam parados com pessoas à espreita nesses locais, com gente tirando foto. Isso existia sem dúvida nenhuma”, disse o advogado, acrescentando que estuda acionar a Justiça.

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Alexandre Ramagem dirigiu a Abin no período entre julho de 2019 e março de 2022. Ele será o primeiro diretor-geral da agência a disputar uma vaga no Congresso
Alexandre Ramagem e Bolsonaro
Bolsonaro cumprimenta Ramagem, chefe da Abin durante seu governo
Alexandre Ramagem com filhos de Bolsonaro, em festa de Ano-Novo
O deputado federal Alexandre Ramagem
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Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Alexandre Ramagem dirigiu a Abin no período entre julho de 2019 e março de 2022. Ele será o primeiro diretor-geral da agência a disputar uma vaga no Congresso

Igo Estrela/Metrópoles
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Alexandre Ramagem e Bolsonaro

Igo Estrela/Metrópoles
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Bolsonaro cumprimenta Ramagem, chefe da Abin durante seu governo

Valter Campanato/Agência Brasil
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Alexandre Ramagem com filhos de Bolsonaro, em festa de Ano-Novo

Reprodução/Instagram
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O deputado federal Alexandre Ramagem

Bruno Spada/Câmara dos Deputados

“Vou analisar se processarei os indivíduos [alvos da investigação] ou as instituições. Pelo jeito, houve o uso de uma instituição de Estado para motivos de natureza pessoal, vingança, perseguição. É desconfortável, cria um constrangimento enorme”.

Bertholdo confirmou ter sido próximo de Joice Hasselmann no começo do mandato de Jair Bolsonaro, quando a então deputada era líder do governo no Congresso. “Eu tinha proximidade, sim, com a Joice, ela frequentava a minha casa quando era líder do governo. Tenho impressão que fui eu que causei a ruptura dela com o Bolsonaro”.

Desafeto do senador Sergio Moro, à época ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, Bertholdo foi preso em 2005 sob a acusação de grampear os telefones do então juiz federal. Em 2020, o advogado foi preso no âmbito de uma operação que investigava desvios na saúde na gestão do então governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que perderia o mandato.

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