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Eleição presidencial de 2026 passa pelo sucesso da cirurgia de Lula

É de tomar anestesia que ele tem medo

atualizado 26/09/2023 8:00

Por mim, muitas palavras seriam excluídas do texto jornalístico corrente. Uma: mandatário. Que vem a ser: “a pessoa que, investida de poderes outorgados pelo mandante, executa atos ou efetiva negócios em nome daquele de quem recebeu os poderes”.

O presidente da República é chamado com frequência de mandatário porque executa atos ou efetiva negócios em nome daquele de quem recebeu os poderes – o povo que o elegeu. Mas por que não o chamar apenas de presidente, ou pelo nome?

Lula (jamais mandatário) será operado na unidade do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, na próxima sexta-feira (29/9) para tratar de um problema no fêmur. A esse tipo de operação dá-se o nome de “artroplastia total de quadril”. Dizem os informes médicos:

“Quando o quadril está danificado pela artrite, por fraturas ou outros problemas, caminhar ou se sentar e se levantar podem ser ações dolorosas e difíceis. O quadril pode endurecer, dificultando o ato de pôr, tirar sapatos e meias ou mesmo descansar.

Caso os medicamentos não sejam capazes de tratar os sintomas, a artroplastia de quadril pode ser uma opção. É um procedimento seguro e eficaz para aliviar as dores, melhorar os movimentos e ajudar a desfrutar das atividades normais do dia.

Realizada pela primeira vez em 1960, é uma das cirurgias mais bem-sucedidas da medicina. De acordo com a Agência Americana de Pesquisa e Qualidade em Saúde, mais de 300.000 artroplastias totais de quadril são realizadas por ano nos  EUA.”

Apesar disso, Lula está com medo de ser operado. Foi o que ele confessou:

“É uma cirurgia que a ciência domina bem, não tem nenhuma novidade, mas precisa de anestesia. Querem saber a verdade? Eu tenho medo, muito medo de anestesia, porque vou ficar dormindo. Não gosto de perder o domínio da minha consciência’’.

Quem gosta? Faz 10 anos que perdi o domínio da minha por mais de 10 horas para ganhar duas pontes de safena e uma mamária. Antes de ser levado à sala de cirurgia, tentei acalmar minha mulher e meus filhos com o discurso mais realista que pude imaginar:

“Se eu morrer, não sentirei dor nem saberei que morri”.

Esse risco, Lula não corre. Mas também não precisava exagerar:

“Se depender de mim, não fico nem um dia [no hospital]. Eu me interno na sexta-feira, faço a cirurgia e peço a Deus que corra bem. Se depender de mim, na segunda-feira estarei no Palácio do Planalto despachando ou então no Palácio da Alvorada”.

Não dependerá dele. Se a operação fosse em São Paulo, ele teria de ficar no hospital semanas a fio até receber alta. Voar para qualquer parte, nem pensar. Em Brasília, provavelmente depois de três ou quatro dias, ele irá de ambulância para o Palácio da Alvorada.

E ali deverá permanecer por ao menos um mês sem fazer nenhum esforço. Entrar em um avião, só depois de seis semanas. Lula tem uma viagem marcada no fim de novembro para os Emirados Árabes Unidos. Na volta, realiza uma visita oficial à Alemanha.

Se a cirurgia for o sucesso que se espera, ele se livrará das fortes dores que conseguiu esconder desde o ano passado quando estava em campanha. Se ele e o governo chegarem bem em 2026, tentará se reeleger. Se as dores, porém, só lhe derem uma trégua…

O futuro a Deus pertence.

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