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A marcha dramática dos acontecimentos na guerra Israel x Hamas

E no 24º dia do conflito, a Faixa de Gaza está sendo partida ao meio. Ali, 70% das vítimas dos bombardeios são mulheres e crianças

atualizado 31/10/2023 7:20

Imagem colorida mostra Devido ao corte de eletricidade de Israel e não permitindo o fornecimento de combustível, Gaza mergulhou na escuridão e o céu foi frequentemente iluminado pelas bombas lançadas - Metrópoles Ali Jadallah/Anadolu via Getty Images

* Sobhi Skeik, diretor do Hospital Turco-Palestino de Gaza, localizado ao sul da cidade de Gaza, diz que suas instalações foram danificadas por um ataque israelense na noite desta segunda-feira. A explosão destruiu parcialmente dois quartos do terceiro andar do hospital, danificando o sistema de oxigênio e o abastecimento de água do prédio. “Felizmente, não havia ninguém nos quartos naquele momento”, acrescenta Skiek. O hospital é especializado no tratamento do câncer. Abriga, atualmente, de 100 a 150 pacientes.

* O Crescente Vermelho Palestino relata no X (ex-Twitter) “incessantes ataques aéreos e de artilharia no bairro de Tal-Alhwa, em Gaza, onde está localizado o hospital Al-Quds. O prédio está tremendo e os civis são deslocados, assim como o pessoal é vítima de medo e pânico”.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) registra 200 ataques contra serviços de saúde nos territórios palestinos desde 7 de outubro. Na Faixa de Gaza, a OMS contabiliza 82 ataques e na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental, 118. Durante esses ataques, “494 pessoas foram mortasincluindo 16 cuidadores em serviço”, revela a OMS.

Apenas uma central de dessalinização em Gaza está operacional, embora com apenas 5% da capacidade, e todas as seis centrais de tratamento de águas residuais não estão operacionais, de acordo com o chefe da UNICEF, segundo o qual o saneamento em Gaza está “à beira da catástrofe”.

* O aumento das tensões na fronteira de Israel com o Líbano levanta receios de uma extensão regional da guerra entre Israel e o Hamas. O Hezbollah, um movimento xiita aliado do Hamas, anunciou nesta segunda-feira (30/10) a morte de um dos seus combatentes, elevando para 47 o número de seus membros mortos desde o ataque de 7 de outubro contra Israel.

“Assim como os Estados Unidos não concordaram com um cessar-fogo após o bombardeio de Pearl Harbor ou após o ataque terrorista de 11 de setembro, Israel não concorda com a cessação das hostilidades com o Hamas após os ataques de 7 de outubro”, declara Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel.

O atual sistema de ajuda humanitária à Faixa de Gaza através da passagem fronteiriça de Rafah está “fadado ao fracasso” , alerta o chefe da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), denunciando o “castigo coletivo” imposto por Israel. “Sejamos claros: o punhado de comboios autorizados via Rafah não são nada comparados com as necessidades de mais de 2 milhões de pessoas presas em Gaza ”, afirma Philippe Lazzarini.

A Casa Branca é contra um cessar-fogo “por enquanto”, acreditando que o Hamas “seria o único a beneficiar-se dele”. O governo norte-americano, por outro lado, é a favor de pausas humanitárias temporárias e localizadas para permitir que a ajuda [humanitária] “chegue a populações específicas e talvez até para ajudar na evacuação de pessoas que queiram sair” da Faixa de Gaza a partir do Sul.

* “O sofrimento humano é chocante”, informa o Comitê Internacional da Cruz Vermelha numa mensagem publicada no X (ex-Twitter)“As pessoas têm acesso limitado a comida e água. Os hospitais estão à beira do colapso. Os corredores dos hospitais estão cheios de feridos e desalojados”, descreve a organização, que estima que “levará anos para reconstruir as infraestruturas e casas destruídas”.

O aprofundamento da invasão à Gaza pelas Forças de Defesa de Israel ocorre num contexto de diminuição do entusiasmo público israelita por uma ocupação prolongada. O apoio caiu de 65% em 10 de outubro para 46% agora, segundo estudo da Universidade Hebraica de Jerusalém que monitorou a mesma amostra de 1.774 pessoas. A margem de erro da pesquisa é de 4,2%.

70% das vítimas dos bombardeios a Gaza são mulheres e crianças.

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