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Por que Arthur Lira decidiu antecipar votação sobre as offshores?

Presidente da Câmara viaja à Índia, mas projeto que prevê taxação de super-ricos será votado na próxima semana

atualizado 10/10/2023 19:16

Foto colorida mostra os deputados federais Arthur Lira e José Guimarães conversando no plenário da Câmara dos Deputados - Metrópoles Vinícius Schmidt/Metrópoles

Não durou muito tempo a programação do governo Lula (PT) em votar a taxação dos fundos exclusivos e de offshores no próximo 24 de outubro. Na tarde de ontem (10/10), líderes da Câmara dos Deputados se reuniram e decidiram votar na próxima terça (17) o Projeto de Lei do Palácio do Planalto.

O acordo foi costurado sob o aval de Arthur Lira (PP-AL), mesmo com o deputado viajando à Índia e à China, ficando fora do Brasil até 20 de outubro. A antecipação tem três motivos:

  • Lira quer mostrar que Câmara dos Deputados consegue trabalhar e ter votações importantes sem o seu presidente. Antes, a expectativa é que as próximas semanas seriam de casa vazia e inerte. A sinalização atual visa uma “demonstração de Câmara forte e coesa”, segundo deputados do Centrão. O projeto será discutido sob a presidência interina de Marcos Pereira (Republicanos-SP);

  • Em 14 de outubro, o PL das offshores entra em caráter de emergência constitucional e obriga que os deputados votem o texto. Seriam pelo menos 10 dias de travamento de pauta, seguindo a volta de Lira. A casa teria até 45 dias para aprovar ou desaprovar o projeto;

  • Lira sinaliza ao governo Lula que a obstrução pode chegar ao fim. O líder do Centrão espera, agora, que o Palácio do Planalto decida as indicações na Caixa Econômica Federal e na Funasa.

Houve também um descontentamento com a fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o “agravamento do cenário mundial” e a obrigação do Brasil em “proteger sua economia”. A crítica velada fez com que os líderes se movessem.

“Com o cenário externo se complicando como está, o nosso desafio aqui é fazer a nossa agenda interna evoluir o mais rápido possível para proteger a economia brasileira como fizemos no passado” – Fernando Haddad, em São Paulo, na segunda-feira (09/10).

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