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Parceria não combinada entre Lira e Gleisi manteve ministro no cargo

Lula já não estava disposto mesmo a demitir ministro das Comunicações, que ele só foi conhecer no dia de seu anúncio

atualizado 07/03/2023 0:50

Lula, Juscelio e Padilha Reprodução

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e a presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), tiveram participação direta na manutenção de Juscelino Filho no Ministério das Comunicações. 

E nada foi combinado.

Ao defender o afastamento de Juscelino em entrevista ao colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, semana passada, a petista acendeu a ira do Centrão, que já tinha sinalizado contra a saída do ministro, como mostrou esse blog.

Os líderes do União Brasil, partido de Juscelino, no Congresso se rebelaram contra Gleisi e chegaram a afirmar que os petistas não tratam os seus enrolados da mesma maneira. Assim, a dirigente do PT fez Lula confirmar que não poderia abrir mão de seu ministro. Ao menos agora.

Arthur Lira, que sabe que qualquer espirro que dá tem ressonância, jogou a pá de cal para quem torcia pela demissão do ministro. O presidente da Câmara afirmou em São Paulo que o governo Lula não tem maioria para aprovar matérias na Casa. Não falou à toa. Mandou seu recado, e há quem viu aí chantagem a Lula.

O presidente, com a declaração de Lira, definiu de vez que Juscelino fica, que o União Brasil é fundamental para suas pretensões e que precisa do deputado alagoano para a sua governabilidade.

Quando assumiu, Lula disse duas coisas, entre tantas, a serem destacadas: que não tinha vergonha e nem problema em nomear políticos com mandatos e de outros partidos para cargos no governo e, essa mais para diversionismo mesmo, que quem cometesse erros estaria fora.

Prevaleceu o pragmatismo de Lula.

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