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Na Câmara, Pazuello circula arredio e nunca sozinho pelos corredores

O blog acompanhou por alguns dias o ex-ministro da Saúde no Congresso

atualizado 18/02/2023 1:05

Deputado Pazuello e colegas Evandro Éboli - Metrópoles

Dos deputados mais próximos do bolsonarismo, que até integraram o governo do ex-presidente, o general Eduardo Pazuello (PL-RJ) é o mais arredio e que se cerca de mais cuidados para evitar desconfortos, por sua atuação à frente do Ministério da Saúde.

Este blog acompanhou por alguns dias seu proceder nestes primeiras semanas de seu mandato. Sempre arisco e atento, Pazuello parece estar o tempo inteiro ligado e buscando perceber quem se aproxima e com que intenções.

Ao contrário da claque bolsonarista, que atacava petistas nos tempos de Bolsonaro presidente, Pazuello, até agora, não vive com estas cenas constrangedoras no dia a dia. Ninguém fica o filmando com celular e o constrangendo, como faziam seguidores bolsonaristas contra petistas.

Ao contrário. Foi fartamente explorado no noticiário uma foto em que aparece ao lado do petista Washington Quaquá (PT-RJ). Imagem que foi postada nas redes por Quaquá, alvo de duras críticas de seu partido, incluído uma declaração púbica da presidente da legenda, Gleisi Hoffmann.

Pazuello só anda pelos corredores acompanhado de pelo menos um assessor. Quando percebe que é algum “patriota” que o cerca, concede uma foto. É avesso a jornalistas.

No seu gabinete, que fica no 9º andar do Anexo 4, ele tem como vizinho de porta Zé Trovão (PL-MT), outro bolsonarista empedernido. Se falam o tempo inteiro.

O ex-ministro da Saúde, citado no relatório final da CPI da Covid como um dos responsáveis pela má gestão da epidemia no país, sempre que vai falar com alguém, seja no Salão Verde ou no corredor das comissões, antes olha para o lado se não tem ninguém ouvindo.

“Aqui nessa m… todo mundo ouve tudo. Ninguém pode falar nada” – disse a um assessor, em diálogo presenciado pelo blog.

Nesta semana, Pazuello circulava por um corredor ao lado do líder de seu partido Altineu Cortes (PL-RJ) e outros parlamentares. Avistado por outro bolsonarista, o deputado Abílio Brunini (PL-MT), Pazuello foi abraçado efusivamente e ouviu do colega:

“Líder Altineu, esse será o futuro presidente da Comissão de Saúde da Câmara”.

Brunini foi aquele deputado que, três dias depois dos ataques dos vândalos bolsonaristas, gravou vídeo no Salão Verde e disse não ter ocorrido ali nenhum estrago. Foi desmentido por uma petista que passava na hora e o confrontou. Lira não gostou do que o parlamentar fez, e que deve ser alvo no Conselho de Ética pelo que publicou nas suas redes.

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