Os ministros do governo e os parlamentares do PT já assimilaram que os ataques do presidente Lula ao Banco Central e aos juros altos vieram para ficar.
Nos grupos de conversas de deputados do PT, no whatsapp, as seguidas declarações de Lula à instituição e ao seu presidente, Roberto Campos, ganham destaque.
Mas ninguém ali ousa criticar o presidente da República. No máximo, há um registro de perplexidade e falta de entendimento sobre a qual a motivação dessa postura. Deputados e senadores não receberam qualquer orientação especifica do Palácio do Planalto sobre o assunto.
A fala de Lula ontem (segunda-feira) contra os juros altos no BNDES foi seguida de declarações da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e do líder do governo no Congresso, Jacques Wagner. Ambos endossaram Lula.
Gleisi postou sua indignação com a perplexidade das críticas em relação aos questionamentos de Lula ao BC e chegou a chamar o banco de “a última trincheira do bolsonarismo no poder”.
Wagner afirmou que o presidente está dizendo “exatamente o que o povo pensa”.
Ou seja. As opiniões simultâneas de dois líderes do partido foram entendidas pela bancada como “esse será o tom daqui em diante”. Não haverá recuo.
Um dos deputados petistas nesse grupo, um moderado, chegou a perguntar se é para eles reverberarem essa postura de Lula. Um deles, mais à esquerda, respondeu: “o que você acha?”