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Líderes latino-americanos condenam Hamas e divergem sobre Israel

Colômbia pode suspender relações com Tel Aviv

atualizado 16/10/2023 14:41

Agência Brasil

Os pronunciamentos oficiais dos governos latino-americanos foram unânimes ao condenar o ataque do grupo Hamas no sul do Israel, ocorrido no dia 7 último. Os pedidos para negociações de paz também reverberam por todas as chancelarias. Mas as críticas ao intensos bombardeios de civis na Faixa de Gaza revelam diferentes olhares para o conflito.

Como Lula, o presidente chileno Gabriel Boric repudiou a tragédia e seguiu a diretriz da ONU ao não classificar o Hamas como grupo terrorista. E lembrou as “décadas de ocupação ilegal” de Israel no território palestino, em uma “clara violação de leis internacionais”. “Nossa solidariedade é e sempre será com as vítimas da violência, sem distinção. Estamos de luto pela humanidade”, disse. No Chile habita a maior comunidade palestina fora do mundo árabe.

A crítica mais contundente aos bombardeios do Exército de Netanyahu veio do presidente da Colômbia, Gustavo Petro. No X, antigo twitter, escreveu: Na ocasião, o presidente colombiano citou o Holocausto para criticar o cerco total à Faixa de Gaza. “Era isso que os nazistas diziam aos judeus. Os povos democráticos não podem permitir que o nazismo se restabeleça na política internacional. Em resposta, Tel Aviv anunciou o bloqueio das exportações de equipamentos de segurança israelenses para a Colômbia. Petro bateu o pé: “Se tivermos de suspender as relações externas com Israel, que assim seja. Nós não apoiamos genocídios, e tampouco aceitamos que o presidente da Colômbia não seja insultado”,

“Não queremos guerra, somos a favor da paz”, disse o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador na segunda-feira, um dos mais últimos líderes a se manifestar. AMLO defende a solução do conflito através da criação de dois Estados, consolidando uma Palestina independente e a segurança do Estado de Israel.  Há cerca de 5.000 mexicanos residindo em território israelense e palestino.

País com a maior comunidade judaica da América Latina, a Argentina de Alberto Fernández, rapidamente condenou o ataque do Hamas. O tema surgiu inclusive no último debate presidencial, em que todos os candidatos se solidarizaram com as vítimas israelenses.  Há pelo menos vinte e dois argentinos desaparecidos. O país busca alguma negociação informal com o Hamas para resgatá-los.

Cuba e Venezuela denunciaram as violações à soberania palestina e classificaram as ações do Hamas como uma consequência de 75 anos de política agressiva e expansionista de Israel.

O Brasil foi o único país da região a trazer seus cidadãos de volta para casa, com seis voos já realizados. 55% dos passageiros eram turistas. O governo chileno e colombiano negociam com o governo Lula para incluírem seus cidadãos nestas viagens. Mas por enquanto a prioridade são os brasileiros.

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