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Gilmar Mendes pede “escrutínio severo” na Lava Jato: “Pervertidos”

Ministro disse que o sistema jurídico deve ser alterado para deixar de aceitar gente “chinfrim”

atualizado 09/05/2023 16:26

Gilmar Mendes Bolsonaro Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou que considera os acordos de leniência e de delação premiada feitos no âmbito da operação Lava Jato como tortura. Deu a declaração nesta terça-feira (9/5) durante sessão da Segunda Turma do STF.

O colegiado julgava a validade de uma medida cautelar contra o ex-engenheiro da Petrobras Sergio Souza Boccaletti, que está impedido de sair do país. Ele é apontado como operador financeiro das propinas pagas pela Odebrecht a diretores da estatal.

Ao referir-se às investigações sobre o caso de corrupção no Paraná, Gilmar Mendes disse que os integrantes da força-tarefa devem ser alvo de “escrutínio muito severo”. “O que foi feito na República de Curitiba foi muito grave. O que estamos fazendo para aceitar tanta gente chinfrim?”, questionou o ministro.

Mendes também disse que os acordos feitos pela equipe de Deltan Dallagnol eram “prática de tortura usando o poder do Estado”. “Só se liberava quem fazia delações. Coisa de pervertidos”, disse.

Os ministros que fazem parte da turma, Nunes Marques, Dias Toffoli, Edson Fachin e André Mendonça se sobressaltaram com a fala de Mendes. Mendonça, presidente da Segunda Turma, fez uma intervenção e disse que tem muitas discordâncias com o que aconteceu na Lava Jato, mas que reconhece a existência de casos de corrupção. Toffoli chamou os acordos de “pau de arara do século XXI”.

Ontem (8/5), no programa Roda Viva, da TV Cultura, Gilmar Mendes criticou a operação. “Curitiba gerou Bolsonaro. Curitiba tem o germe do fascismo. A denúncia contra Lula era combinada com o Moro”, declarou.

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