O deputado Alexandre Leite (União-SP) foi escolhido relator da acusação de quebra de decoro parlamentar contra Nikolas Ferreira (PL-MG) no Conselho de Ética da Câmara.
Leite é tido como um relator firme e implacável dependendo dos casos que julga. Ele relatou e pediu a perda de mandato de dois parlamentares, que foram cassados: Flordelis (PSD-RJ) e Boca Aberta (PROS-PR). Ambos em 2021.
Nikolas é alvo de uma ação do PSol que o acusa de atentar contra o decoro ao fazer um discurso no plenário da Câmara de cunho transfóbico, no 8 de março, Dia da Mulher. Utilizando uma peruca amarela, o deputado mineiro se apresentou como “Nikole” e afirmou que tinha algo “interessante” a dizer.
“As mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres” – afirmou.
Na ação, o PSol argumenta que Nikolas buscou se projetar politicamente a partir de um “discurso criminoso, que ofende e vulnerabiliza ainda mais as minorias de gênero”.
Nos casos anteriores que pediu a cassação, Flordelis, condenada pela Justiça como mandante do assassinato do marido Anderson Carmo, a parlamentar mentiu sobre a compra de arma usada no crime e também tentou cooptar uma testemunha, além de tentar culpar os filhos pelo crime.
Já Boca Aberta teve a cassação de seu mandato aprovada no conselho por ter abusado da prerrogativa de parlamentar e invadido uma unidade de saúde, até filmando um médico plantonista e divulgou o vídeo em redes sociais. Seu caso não chegou ir a plenário porque seu mandato foi cassado pela Justiça Eleitoral.
O presidente do conselho, Leur Lomanto Jr. (União-BA), anunciou hoje os relatores dos seis primeiros casos deste ano.
