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Congresso, conservador e de direita, quer minar PT nas eleições

Maioria das duas casas do Legislativo quer derrota petista nas urnas para alavancar campanhas em 2026

atualizado 23/01/2024 21:29

Imagem colorida do Plenário da Câmara dos Deputados Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Na última semana do recesso parlamentar, integrantes da direita do Congresso Nacional estão elaborando estratégias para enfraquecer o PT nas eleições de 2024. Líderes de partidos tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado planejam formar uma “frente ampla” contra a esquerda, inclusive buscando o apoio de centrais sindicais. Um exemplo dessa abordagem pode ser observado em São Paulo, onde o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) conquistou recentemente o respaldo de Paulinho da Força e do partido Solidariedade.

A “frente ampla” na capital paulista pela reeleição de Nunes terá o apoio do PL, de Jair Bolsonaro, além de PP, Republicanos e, muito provavelmente, do União Brasil –este último ainda pensa que terá candidato próprio, com Kim Kataguiri. 

A vitória em São Paulo é determinante para esses partidos, que querem manter o controle da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) e ter a maioria dos eleitos na Câmara, em Brasília, daqui a dois anos. Ter uma base sólida de prefeitos, principalmente nas capitais, garante apoio nas campanhas de 2026.

Por isso, tentar diminuir a força do PT é determinante. O Partido dos Trabalhadores terá uma plataforma fortíssima com o governo Lula e os investimentos do Novo PAC (Programa da Aceleração do Crescimento). Por trás desta disputa, está o chilique do Centrão pelo veto de R$ 5,6 bilhões de emendas de comissão na LOA (Lei Orçamentária Anual). 

O valor que excede os R$ 11 bilhões separados para emendas deverá ser repassado para a Casa Civil, que controla o PAC.  Conforme informações vindas do Palácio do Planalto, esse montante será direcionado principalmente para o PAC Seleções, destinado aos municípios.

Manter o PT enfraquecido nos municípios é questão de sobrevivência para os partidos de centro. A análise é que Lula só não será reeleito se houver um grande problema econômico e que a provável reeleição coloca a esquerda como principal força nas urnas em 2026. Com a máquina pública a favor de Lula e do PT, os líderes avaliam que será desafiador manter um Congresso conservador e de direita.

 

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