O actual líder da oposição no Paquistão e ex-primeiro-ministro do país, Imran Khan, foi condenado a três anos de prisão, num processo que os seus apoiantes dizem ser motivado por questões políticas e que poderá impedi-lo de se candidatar nas próximas eleições legislativas.
Khan, de 70 anos, foi detido na sua casa, em Lahore, e levado para a capital, Islamabad, onde irá cumprir a pena de prisão. Num vídeo gravado antes da condenação, ele pediu aos seus apoiantes para saírem à rua em protesto:
“A luta que estou a travar não é por mim, mas por vocês, pelo futuro dos vossos filhos. Se vocês não defenderem os vossos direitos, viverão uma vida de escravos; e os escravos não têm vida.”
Eleito em 2018 com o apoio do poderoso aparelho militar do Paquistão, Khan foi afastado do poder em abril de 2022 na sequência de uma moção de censura no Parlamento.
Já sem o apoio dos militares, Khan foi alvo de várias acusações judiciais por corrupção, que os seus apoiantes dizem ser parte de um plano para o impedir de se recandidatar ao cargo.
Em maio, foi detido no âmbito de um outro processo de corrupção, o que motivou violentos confrontos entre os seus apoiantes e a polícia; poucos dias depois, foi libertado por decisão do Supremo Tribunal paquistanês, que considerou a detenção ilegal.
No caso que ditou a sua condenação, Khan é acusado de embolsar 140 milhões de rúpias paquistanesas (446 mil euros) através da venda de presentes que recebeu durante o tempo em que esteve no Governo, incluindo relógios de luxo, um anel e botões de punho.
Segundo o Ministério Público do Paquistão, os bens recebidos por Khan pertencem ao Estado e não podem ser vendidos.
(Transcrito do jornal PÚBLICO)
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