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Começa o processo de impeachment do presidente do Equador

Presidente é acusado de peculato em contratos de estatal de petróleo

atualizado 15/05/2023 13:32

Presidente do Equador, Guilhermo Lasso - Metrópoles Agencia Press South/Getty Images

A crise política no Equador entra em um capítulo decisivo. A deputada Viviana Veloz, da bancada União pela Esperança (Unes),  do ex-presidente Rafael Correa, anunciou que o processo de impeachment do atual mandatário Guillermo Lasso começa na próxima terça-feira, dia 16. O pedido foi aprovado em 9 de maio com 88 parlamentares votando a favor, 23 contra e 5 abstenções.

Outra má notícia para Lasso foi a reeleição do Virgilio Saquicela como presidente do Congresso, no último domingo (14) o que dá uma pista sobre o humor do Parlamento. Saquicela é pró-impeachment e evidencia uma oposição menos fragmentada e um governo nas cordas. Ele obteve 96 de 137 votos possíveis. Para destituir um presidente são necessários 92 votos.

O presidente, um ex-banqueiro de direita, assumiu o cargo em maio de 2021. Sua coalizão, porém, conta com uma base minoritária no Congresso. Lasso é acusado de peculato, por supostamente conhecer casos de corrupção em estatais no país, sobretudo em contratos de transporte de petróleo.

Em julho de 2022 ele enfrentou outro pedido de impeachment durante os protestos indígenas contra a situação econômica no país que sacudiram Quito, que deixaram centenas de feridos e causaram mortes.

Além de questões econômicas, a segurança pública é um tema que ocupa a agenda do país. No início de março foi declarado estado de emergência, em três regiões do país atormentadas pelo tráfico de drogas e pela criminalidade, como o porto sudoeste de Guayaquil. Lasso, anunciou a autorização da posse e porte de armas para defesa pessoal para combater a onda de insegurança no país, o que gerou uma série de críticas.

Lasso vem ameaçando usar o dispositivo constitucional da morte cruzada, em que o presidente renuncia ao mandato e dissolve o Parlamento, convocando novas eleições gerais.

Segundo a lei na primeira sessão haverá o presidente poderá fazer um discurso em sua defesa. Após os debates no Congresso, a votação deve ocorrer em cinco dias.

 

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